"Por mais de duas décadas,
meu pai trabalhou como condutor, de um trator que puxava uma carreta imensa,
carregada de caixas de mudas de pinheiro e eucalipto.
Sua função, era ir buscá-las,
em um bairro chamado Foresto, onde uma incubadora imensa, servia de berçario a
todas as mudinhas. De lá elas saiam devidamente acomodadas em caixas, e eram
por ele, conduzidas para áreas imensas de reflorestamento, de uma das maiores
companhia de papel, que existia naquela época.
Eu, me lembro que, saia correndo para a rua, quando ouvia o
ronco barulhento do trator que meu pai conduzia.
Me sentia muito importante, em minha simplicidade de menina
do interior, quando ele me deixava subir ao lado dele, e passear alguns poucos
quilômetros no famoso trator.
Ao lado de meu pai, em cima do barulhento veículo, fui
muitas vezes, levar as tenras mudinhas de árvores de natal, como eu sempre as
nominava, de uma vila pra outra. E quantas frutas apanhava nesses deliciosos
passeios.
Ariticu, que hoje conheço por fruta do conde, era uma que,
trazia dessas andanças, amoras vermelhas, pitanga, ameixa amarela, carambolas,
e muitas mais, dependendo da época do ano.
Hoje, fico pensando, na bela profissão, que teve o meu pai.
Transportava as pequeninas mudas, que com o passar do tempo, seriam imensos
pinheiros ou eucaliptos.
Com sua função excercida durante longos anos, contribuiu
para que muitos cadernos e livros, chegasse as mãos de tantos estudantes desse
imenso Brasil.
Afinal, quem de minha geração, não escreveu as primeiras
lições da escola, em um caderno fabricado pela Companhia Melhoramentos!"